Nascar em Talladega: menos potência e velocidade. E nada de treino
Filas paralelas com distância mínima entre os carros, disputas normalmente decididas nos milésimos, incerteza e os inevitáveis acidentes. As visitas da Nascar Cup a Talladega costumam presentear os fãs com um roteiro típico. O superspeedway do Alabama consegue ser mais rápido e desafiador do que o de Daytona, com suas longas 2.66 milhas de extensão. Para a Geico 500, domingo (21), a Nascar fez alguns ajustes nas regras para favorecer o espetáculo e evitar uma escalada descontrolada das velocidades. Medidas a partir das investigações do acidente com Ryan Newman na primeira etapa da temporada.
Os carros contarão com o pacote que passou a ser usado nos superspeedways, com potência reduzida para os motores V8. Se habitualmente contam com 550cv (750cv nos demais circuitos), a diminuição do corpo do acelerador deve tirar de 35 a 40 cavalos extras no fim de semana. Além disso, os aero ducts na carroceria não serão abertos, o que reduzirá um pouco o downforce. O carro menos no chão exigirá uma tocada um pouco mais cautelosa. Mas a promessa é de que a disputa habitual de ‘Dega’ não perderá em nada.
Com isso, a expectativa é de que os tempos de volta subam, em média, um segundo. A previsão é de que as médias de volta fiquem na casa de 200 milhas por hora (320km/h), cinco a menos do que o registrado ano passado. “De todo modo, 200 ainda é um número mágico. Em determinadas condições pode até ser que se vá mais rápido, mas, se isso fica comum, temos de pensar em frear os carros um pouco”, explica John Probst, vice de competição da Nascar.
Pacote
Também no domingo entram em vigor as alterações determinadas para aumentar a segurança dos carros após o acidente com Newman. A estrutura tubular do chassi ganha dois novos pontos de apoio; os carros recebem um novo parabrisa laminado e uma nova estrutura de montagem da rede de proteção na janela do piloto. E o parachoque traseiro passa a ser recoberto por fita adesiva. A ideia é fazer com que os toques habituais não desequilibrem quem vai à frente, provocando rodadas.
A organização preferiu tirar da programação qualquer treino prévio ou sessão de classificação, como era previsto inicialmente. Como tem acontecido na maior parte das etapas desde o retorno, o grid sairá por sorteio e os carros só entrarão na pista para as voltas de alinhamento que antecedem a corrida.
Reclamação
Discretamente, o heptacampeão Jimmie Johnson fez questão de mostrar como a ausência de qualquer treino pode comprometer o planejamento de corrida. Ao comentar nas redes sociais o problema no flap de teto do Camaro #48 que o obrigou a uma parada inesperada em Homestead, JJ lamentou não ter tido a chance de descobri-lo antes. “Bastaria uma volta em maior velocidade e teríamos identificado a falha. Sem treinos, isso não foi possível”.
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