A Liberty Media, dona dos direitos comerciais do Mundial de Fórmula 1, quer mesmo reforçar a presença da categoria nos Estados Unidos, onde a empresa está sediada. Tão logo surgiram os primeiros rumores e conversas sobre a possibilidade de um GP em Miami, autoridades da cidade revelaram o primeiro esboço do traçado de rua.
A área escolhida tem muita história em se tratando de automobilismo: o entorno do Biscayne Boulevard, em frente ao Downtown e aonde, nos anos 1980, a IMSA realizava uma prova para GTs e protótipos (que marcou, inclusive, a reestreia de Emerson Fittipaldi depois do hiato pós-F-1). Mais tarde, no começo da década passada, a região serviu de palco para uma etapa da ChampCar/CART que, em 2002, consagrou Cristiano da Matta como o grande campeão.
Desta vez, o epicentro da pista, com cerca de 2,5 milhas (4 quilômetros) de extensão é a American Airlines Arena, casa do Miami Heat (NBA). Largada e chegada seriam no próprio Biscayne Boulevard, com os carros seguindo, por uma ponte, para o cais do terminal de desembarque de navios de cruzeiro, por meio de uma sequência de curva aberta e reta de alta velocidade, onde o DRS poderia ser adotado. Uma curva de 180 graus e o retorno com traçado semelhante, pela outra ponte do complexo, até o trecho mais travado em torno do ginásio, completando a volta. Uma escolha que, ao menos em parte, reproduziria o cenário de Long Beach (Califórnia), onde a F-1 esteve de 1976 a 1983, substituída em seguida pela Indy, que continua a acelerar no balneário.
Destino popular para muitos pilotos, Miami tem tudo para ser acolhida de forma positiva pelo circo, especialmente se ganhar o status de GP dos EUA Leste, com Austin permanecendo no calendário. Resta saber qual a ginástica prevista pela Liberty Media para a acomodar a novidade: se tirar uma das provas atuais das próximas temporadas ou ampliar para 22 as corridas no ano.