Dakar 2021 consagra Peterhansel. Varela domina última etapa nos UTVs

De volta a Jeddah. Depois de um prólogo, 12 etapas e 7.800 quilômetros de desafio por terrenos inóspitos na Arábia Saudita, o Rally Dakar concluiu uma das edições mais difíceis de sua história na mesma cidade que foi o ponto de partida da caravana, no começo do mês. Dia de festejar para os campeões, que entram para uma galeria seleta, mas também de todos aqueles que tinham como objetivo superar a maratona off-road – o que está longe de ser uma missão fácil. Os seis brasileiros que iniciaram a prova conseguiram completá-la, com direito a pódios nas categorias e vitórias de etapa (nos UTVs).

O Dakar 2021 marca um novo recorde, de um piloto que, não por acaso, justifica o apelido de “Mr.Dakar”. Ao triunfar entre os carros, ao lado do navegador Edouard Boulanger, Stephane Peterhansel (Buggy Mini JCW) chegou à 14ª vitória – oito sobre quatro rodas e sete nas motos. O francês fez valer toda a sua experiência e constância para superar Nasser Al-Attiyah (Toyota Hilux). Vencedor em 2020, Carlos Sainz foi o mais rápido do dia, confirmando a terceira posição final.

Guiga Spinelli/Youssef Haddad superaram os constantes furos de pneus e as dificuldades por largar mais atrás em algumas etapas para levar o Mini All4 da X-Raid ao 17º lugar final. Foram ainda vice-campeões na categoria T1.2, para modelos movidos a diesel e voltaram a completar o desafio depois de cinco abandonos consecutivos (entre 2012 e 2016, na América do Sul).

“É um sentimento muito bom e sensação de missão cumprida: completar o Dakar, dez anos depois da última vez que conseguimos isso. O segundo lugar na categoria carros 4×4 a diesel é importante, mas nosso resultado na geral foi abaixo da expectativa. Sabemos que poderíamos ter feito uma segunda semana melhor, mas fica esse bom sentimento de privilégio e oportunidade de fazer o Dakar completo com o carro inteiro e em uma equipe com pessoas tão profissionais e competentes”, resumiu Guiga.

Spinelli/Haddad (MCH Photography)

Missão cumprida também para Marcelo Gastaldi/Lourival Roldan, com o Buggy Century CR6. O paulista se mantinha na briga pela condição de melhor estreante até a oitava etapa, quando um acidente causou a perda de mais de quatro horas. A dupla mostrou ritmo para andar próxima dos 10 primeiros e fechou o rally na 29ª posição.

UTVs

Nos UTVs, a última etapa do Dakar foi vencida, na T4, por Reinaldo Varela/Maykel Justo (Can-Am Maverick X3/Monster Energy Can-Am), que terminaram em quinto na classificação geral, também obrigados a lidar com os furos de pneus e caprichos da mecânica. Ao lado de Austin Jones, Gustavo Gugelmin, com outro Maverick da Monster Energy Can-Am, sagrou-se vice-campeão da categoria. A dupla foi superada apenas pelo chileno Francisco ‘Chaleco’ López e pelo espanhol Juan-Pablo Latrach, com um Maverick da South Racing.

“Foi uma sensação maravilhosa vencer hoje, bem no final, depois de tanta luta e esforço neste Dakar, que foi um desafio muito difícil de superar. Se tivéssemos apenas chegado ao final, já estaria satisfeito. Mas acho que essa vitória hoje foi uma recompensa pelo que fizemos até aqui”, destacou Varela.

Na T3 (protótipos) os problemas com os Overdrive OT3 do Red Bull Junior Team abriram caminho para a vitória dos checos Josef Machacek/Pavel Vyoral (Buggyra Can-Am). Seguidos pela francesa Camelia Liparoti, com o Yamaha XYZ1000 da X-Raid).

Caminhões

Nos caminhões, Dmitry Sotnikov e seu Kamaz venceram pela primeira vez depois de dois segundos lugares. A marca russa, aliás, ocupou os três degraus do pódio final. Tripulante do Man de assistência da equipe Polaris USA, o português radicado no Brasil Nujo Fojo chegou ao fim do rally com a 17ª posição.

Dmitry Sotnikov (foto: Flavien Duhamel/Red Bull Content Pool)

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