Ele já é bastante conhecido dos leitores do Racemotor mas, para a primeira participação nas Mil Milhas, no próximo dia 23, ganhou um visual especial, com espírito de volta no tempo e homenagem. O Fuspyder criado por Rodrigo Bonora que estará ao volante ao lado de Igor Taques, Jorge Selmer, Franco Lucca e Franco Dauer ganhou o alaranjado; o número 7 e o sobrenome Fittipaldi do Fitti-3200, mais conhecido como Fitti-Fusca. Foi de Taques a ideia de reverenciar uma máquina inesquecível das pistas verde e amarelas e seu criador.
Um carro surgido da ousadia de Wilsinho Fittipaldi, o homenageado, e do saudoso Ricardo Divila em 1969. Sem dinheiro para importar máquinas como o Ford GT40 ou as Lola T70, a dupla se juntou a outros entusiastas e surgiu a ideia de unir dois motores boxer 1.600cc do Fusca retrabalhados, o que gerou cerca de 400cv para um peso inferior a 600kg. Apenas a metade dianteira do protótipo foi mantida do VW original – uma estrutura tubular na traseira acolheu os dois motores; o câmbio ‘emprestado’ da sucata de um Porsche Spyder (que também cedeu os freios) e as suspensões independentes.
O Fitti-Fusca disputou algumas provas daquela temporada e de 1970; esbarrou em alguns problemas mecânicos, mas ajudou a construir a história dos irmãos Fittipaldi – Emerson também o comandou. Um exemplo da criatividade brasileira no automobilismo que Bonora também seguiu, ao converter um protótipo aberto Spyder (desenvolvido por Almir Donato) num ‘Fuscão’ equipado com mecânica AP. Uma máquina que já chamaria a atenção na clássica da endurance nacional mas que, com a ideia da decoração especial e o visual promete atrair ainda mais os olhares no fim de semana.

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