Marc Marquez fala sobre ausência na MotoGP: “parece que ninguém quer vencer”
O sétimo título mundial na MotoGP vai ter de esperar. Marc Marquez tentou acelerar o retorno após a fratura no úmero do braço direito sofrida em Jerez, na abertura da temporada, e acabou pagando caro. O que seria uma ausência curta já o deixou de fora de oito provas. E o retorno, ao que tudo indica, não está próximo. Situação que não o preocupa, como revelou em entrevista feita pelo Team Repsol Honda.
O espanhol aproveitou para desmentir a teoria de que é o único a andar forte com a RC213-V porque a moto teria sido pensada para seu estilo de pilotagem. “Eu leio várias vezes a mesma história, e não é verdade. Tanto que no ano passado, eu, Lorenzo e Cal (Crutchlow) fazíamos as mesmas observações. Eu sou o primeiro a querer uma moto rápida e fácil de entender e desenvolver, só tenho a ganhar. A Honda mantém a filosofia dos tempos das 500cc: você precisa estar no máximo da capacidade para aproveitar o equipamento. Uma vez que consegue, pode ser muito rápido. Se você quer realmente compreender a moto, precisa cair muitas vezes para que isso aconteça”.
Obrigação de vencer
Sobre a temporada marcada por sua ausência, o ‘Formiga Atômica’ tem uma opinião interessante, que explicaria o equilíbrio e os vários vencedores diferentes. “É um ano estranho, parece que ninguém quer vencer. Uma coisa é conseguir uma vitória e se sentir bem, tirar um peso da cabeça. Outra é ter que vencer. Você começa a ter dúvidas sobre se deve atacar. Quando se é o quinto, quarto; você não tem nada a perder e vai em busca de mais. Mas quando se está no topo e há a obrigação de vencer, a dúvida se instala, seu corpo e a pilotagem se ressentem”.
E mostra alguma decepção com Fabio Quartararo e Andrea Dovizioso, suas apostas iniciais para conquistar o título. “Não sei o que acontece com Fabio, que começou de forma sensacional e agora sofre até mesmo na qualificação, que é seu ponto forte. Dovi é consistente, mas precisa ser mais rápido se quiser chegar lá”.
Desta vez, prudência é a palavra de ordem para o retorno. “Meu corpo está evoluindo, já tenho feito treinos de corrida e ciclismo, vai chegar a hora de voltar à moto, mas não há um momento específico. O braço ainda não me permite. Cada passo vai determinar os seguintes. O começo foi muito difícil, porque estava em casa e não tinha o que fazer. Ficar horas no sofá vendo TV não é agradável. Especialmente durante os GPs. Agora me sinto bem pelo progresso que consegui. Espero que seja o mais rápido possível. O que posso dizer é que voltaremos ao topo”.
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