Mattia Binotto de saída da Ferrari. Falta apenas o anúncio
Mudança à vista no comando da Scuderia Ferrari para 2023. Desta vez não se trata apenas de rumores mas, de uma informação que, de acordo com o diário esportivo “Gazzetta dello Sport”, será confirmada em breve pelo time de Maranello. Mattia Binotto deixa a equipe depois de uma trajetória iniciada no departamento de motores, como especialista; que o levou ao posto de diretor técnico e, em 2019, ao de Team Principal.
Isso apesar de um comunicado no dia 15 em que a Scuderia garantia que ‘não passavam de especulações sem fundamento’ as informações divulgadas na imprensa italiana sobre o futuro de Binotto. É bom lembrar que a Gazzetta pertence à família Agnelli, controladora de Fiat e Ferrari.
Mais um capítulo de uma tática que se tornou comum na Ferrari e custou a cabeça de nomes como Cesare Fiorio, Claudio Lombardi e Stefano Domenicalli (todos com história no automobilismo), mas também de gente como Marco Mattiacci e Maurizio Arrivabene, de ligação apenas indireta com o time. Como no futebol, o ‘técnico’ é o sacrificado pelo desempenho abaixo do esperado.
O primeiro ano de Binotto como principal dirigente ferrarista foi marcado pela polêmica envolvendo o ‘super motor’ italiano, que apresentava uma pré-câmara de combustão capaz de melhorar em muito sua performance. Graças a um acordo com a FIA não houve punição esportiva, mas as duas temporadas seguintes, sem essa vantagem, levaram os carros vermelhos a registrar os piores resultados em muitos anos.
Na atual temporada o começo espetacular de Charles Leclerc (que chegou a ter 43 pontos de vantagem sobre Max Verstappen) trouxe a ilusão de que o jejum de 14 anos – o título de Construtores de 2008 foi o último – chegaria ao fim. Não só faltou capacidade de desenvolvimento técnico como quebras, erros e decisões inexplicáveis de estratégia transformaram o campeonato em um passeio do holandês da Red Bull. O vice do monegasco se tornou uma magra consolação.
‘Chão de fábrica’
A saída de Binotto (não considerado nem mesmo para voltar à área de motores) pode alterar a política recente da Ferrari. Nos últimos anos, o comando da Scuderia preferiu prestigiar profissionais formados em Maranello, sem gastar com estrelas nas áreas de projeto e engenharia. Tudo indica que o francês Frereric Vasseur (atualmente na Alfa) será o novo Team Principal. Com ele podem chegar outros nomes externos, o que sempre alimenta a polêmica no interior do time. O carro 2023 está em fase final de desenvolvimento e não passará por mudanças. Mas deve haver novidades em outros postos-chave.
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