Promessa holandesa deixa as pistas aos 16 anos
Surpresa nesta terça-feira (22) envolvendo o pelotão da F-Regional European Championship by Alpine (FRECA). Um dos mais promissores nomes do grid, o holandês Thomas Ten Brinke, de apenas 16 anos, anunciou que deixa o automobilismo profissional. Filho de Bernhard Ten Brinke, que disputa provas off-road como o Dakar, ele conquistou o título mundial de kart na OKJ em 2019 – à frente de Rafa Câmara –, e ano passado, na F-4 espanhola, foi o terceiro na temporada, mesmo sem participar de todas as provas. Este ano, defendia a ART GP, que tem dominado a F-Regional.
Num comunicado em suas redes sociais, o jovem deixou claras as razões para a decisão:
“Nos últimos anos eu me dediquei extremamente às corridas. Estive no kart por cinco anos, me tornei campeão mundial e finalmente subi para as categorias de fórmula. Adorei as primeiras corridas na F-4 e decidi subir para a F-Regional. Na FRECA, comecei a sentir uma pressão que nunca havia sofrido. Por mais que eu quisesse competir, não tinha força mental para brigar por resultados. Tentei resolver a situação, mas a etapa do último fim de semana, em Zandvoort, deixou muito claro. Não tenho alegria. Sei que pilotar é um sonho para muita gente, e por isso a decisão foi difícil, mas precisava ser justo comigo e admitir que o automobilismo não me faz aproveitar a vida como eu gostaria. Escrevo para dizer que vou interromper minha carreira imediatamente. Não sei o que o futuro reserva, mas sei que é a decisão certa”.
Ten Brinke ficou fora da primeira rodada dupla da temporada, em Imola, por Covid-19. Em seguida, pontuou em cinco das oito corridas – é o 11º no campeonato e terceiro melhor novato. Dudu Barrichello e Gabriel Bortoleto são os brasileiros na competição
Pressão
O caso de Ten Brinke mostra um lado complicado do esporte, que também se aplica a outras modalidades. Muito jovens, os atletas são submetidos a uma rotina intensa de preparação, treinos e disputas. E deixam de lado os momentos normais da adolescência. Em muitos casos, fruto da expectativa dos pais e dos bons resultados na base, que justificam os passos seguintes. Um cenário que, como mostra o holandês, nem sempre é sinônimo de diversão.
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