Teste: Racemotor acelera o HB20 da Copa Hyundai
Macacão e capacete a postos, acompanho o vai e vem dos carros na área montada ao fim dos boxes do Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG). A ordem é garantir que tudo esteja pronto quando, no dia seguinte, os pilotos da Copa HB20 assumirem os postos nas máquinas. E trabalho é o que não falta, já que as regulagens de suspensão, cáster e altura do solo são as mesmas para todos. É possível mexer apenas na pressão dos pneus traseiros (entre 40 e 60psi).

Carros equalizados e ajustados, chega a hora do passeio no ’01’, um dos protótipos que hoje serve para voltas rápidas, com banco também na direita. A primeira ideia era andar como passageiro de Fabiano para ter uma ideia de como é a tocada e entender o comportamento do HB20 na pista, com os pneus Pirelli Cinturato 195/50 R15.
Como o tempo é curto, o negócio é partir direto para o banco concha da esquerda. Devidamente ‘amarrado’, com o cinto regulado e Fabiano ao lado, recebo algumas orientações básicas sobre o brinquedo. Câmbio e embreagem são de série – apenas a engrenagem da segunda marcha foi substituída pela do HB20X, mais curta e adequada para o uso na pista. Serão cinco voltas, considerando entrada e saída dos boxes.
Chave geral acionada, logo se acende o display do painel ProTune, com todas as informações necessárias e mais algumas. Sem silencioso, o ronco do quatro cilindros 1.6 começa discreto em marcha lenta, mas é questão de engatar a primeira e percorrer os primeiros metros para o barulho se tornar digno de um carro de corrida.
‘Atalho’
Pra completar o desafio, a versão do traçado usada pela categoria, junto à Copa Truck, é a mais curta, de 3.200m, com um ‘atalho’ estreito que liga a curva 1 à reta oposta, em que as muretas de concreto não dão espaço a erros. Encontrar a tomada de curva com o sol na cara (e o acesso ao misto à frente) não é tarefa das mais simples.
Superado pela primeira vez o trecho ‘Mickey Mouse’ em segunda marcha, é possível ver o shift light começando a pedir a mudança e a paisagem passar mais rápido. Encontrar o ponto ideal de freada é uma missão que conta com a ajuda de Fabiano que, no melhor estilo navegador, sinaliza com as mãos para deixar o carro rolar mais uns metros, ou alargar a trajetória aproveitando as zebras.
Depois que o Bumerangue fica para trás, é virar à esquerda e entrar na reta dos boxes, onde pela primeira vez o motor grita a plenos pulmões. Freada na placa de 100 metros e a fechada curva 1 com seus vários raios muda completamente com a necessidade de ‘cortar caminho’. O HB20 de pista é bastante neutro, na mão, mas o instinto de conservação (da máquina, que tem de dar expediente no fim de semana) segura um pouco o ímpeto. As curvas se repetem, a maneira de encará-las nem sempre, o que impede uma volta ‘perfeita’ (para as condições, lógico).
Infelizmente chega rápido a hora de voltar ao pitlane, com várias certezas. O sul-coreano ‘naturalizado’ é um belo de um brinquedo, capaz de divertir mesmo a quem tem horas e horas de pista. E com mais tempo para aproveitar o que ele tem a oferecer, seria possível pegar a mão e limar uns bons segundos a cada passagem. Fazer parte de um grid cada vez mais numeroso (e furioso) seria ótimo negócio. Um dia, quem sabe. O gosto de quero mais foi muito.
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