Time brasileiro preparado para o International Six Days Enduro do Chile
Se há uma competição internacional no motociclismo em que o Brasil manda muito bem é a a chamada ‘Olimpíada do Enduro’, o International Six Days Enduro (ISDE). Criada ainda nos primórdios da modalidade, a prova deixa de lado a disputa individual e prioriza a competição entre as nações, oferecendo medalhas de ouro, prata e bronze aos pilotos que conseguem completar os seis dias de velocidade do nome, de acordo com a diferença de tempo para os vencedores de cada categoria. Na lista de quem tem a dourada em casa estão feras como Bernardo Magalhães, o Bê, Felipe Zanol e o capixaba Bruno Crivilin. Em 2003, aliás, o país sediou a competição, em torno de Fortaleza.
Pois a edição 2018 da maratona começa segunda-feira e a proximidade do país-sede, o Chile, favoreceu não só a presença da equipe oficial, o “Time Brasil”, como a de vários pilotos privados que competem na divisão Club. O quarteto que representa o país tem tudo para buscar um resultado inédito (a oitava posição do ano passado é a melhor da história). Com base no ranking da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), os capixabas Crivilin (KTM) e Patrick Capila (Yamaha); o carioca Nicolas Rodríguez (Honda) e o gaúcho Gustavo Pellin (KTM) defenderão as cores verde e amarela nas trilhas em torno de Viña del Mar, centro nervoso da prova. São mais de 400 pilotos inscritos, representando 25 nações.
Crivilin, que defende a equipe O2BH KTM América Racing, vai comandar uma EXC-F 350 motivado pelo título brasileiro na Elite e na E1 e pela ótima participação no Mundial, correndo na categoria Júnior. O objetivo é garantir a segunda medalha de ouro, o que depende não apenas da pilotagem e da resistência física (média de 270 quilômetros percorridos por dia), mas também de lidar com as restrições do regulamento e contar com a sorte. “Tive a oportunidade de fazer a temporada do Mundial de Enduro e conhecer mais de perto o ritmo e a preparação dos pilotos. Essa experiência será importante no decorrer da prova, que é longa e muito difícil, quero chegar até o último dia lutando pela nossa seleção, além de buscar um bom resultado individual também”.
Capila, que correu duas etapas do Mundial e foi terceiro numa prova do Campeonato Português, troca a habitual Yamaha WR250F por uma versão da 450F com 480cc, para atender ao regulamento da categoria E3. Em sua primeira participação, o campeão brasileiro da E2 acredita num bom desempenho. “Estou bem animado, já começamos a reconhecer as especiais e estou gostando bastante. Vou encarar uma moto bem mais forte, mas isso não será problema. Já treinei bastante com ela e estou bem adaptado. Quero ajudar nossa seleção a conquistar mais uma boa colocação, assim como no ano passado.
O primeiro e o segundo dias de prova terão percurso semelhante, entre Papudo e Zapallar. Nos dois dias seguintes, as motos vão acelerar na costa sudeste de Viña, na região de San Antônio e San Domingo. O sexto e último dia (sábado) prevê, como é tradição, uma disputa de motocross, em uma pista montada na beira da praia de Viña del Mar.
Além do quarteto que participa da disputa entre as nações, os mineiros Ronald Santi e Guto Constantino também estão inscritos, na competição entre times.