Decisão de montadoras nos EUA traz risco inesperado à Nascar

Imagine os ovais de uma das principais categorias do automobilismo internacional tomados por máquinas com linhas de Ford Edge, Toyota RAV4 ou Chevrolet Equinox. Absurdo? Nem tanto diante da decisão das duas montadoras norte-americanas envolvidas na Nascar. A Ford já havia confirmado a suspensão da produção de todos os seus sedãs nos EUA – Fusion e Focus incluídos. Agora, é a vez de a General Motors tirar das linhas de montagem seis modelos de suas marcas (Cadillac, Buick e os Chevrolet SS e Cruze).

É bem verdade que as máquinas do campeonato deixaram de ser, há muito tempo, os “carros de estoque” devidamente preparados – hoje são estruturas tubulares padronizadas e capazes de receber a bolha de qualquer modelo. Mas se há uma estratégia de marketing adotada pelas fábricas na competição é a “Win on sunday, sell on monday” (vença no domingo, venda na segunda-feira). Ainda que tenham apenas a aparência, os carros são sim um argumento pesado na tentativa de atrair o consumidor.

Se os japoneses não parecem intencionados a varrer de suas concessionárias o Camry (um dos mais vendidos na América do Norte) e o Corolla e mantêm a base do primeiro na Monster Energy Cup Series, a Ford estreia ano que vem o Mustang e a Chevrolet já vem sendo representada pelo Camaro. Ambos, no entanto, são modelos de nicho, muscle cars destinados a uma clientela fiel e que não se altera muito ao longo dos anos. Não é absurdo imaginar uma situação em que os departamentos de marketing considerem exagerado o gasto para promover produtos com força e tradição de sobra para dispensar tal “incentivo”.

Por bons anos ainda se verá Mustangs, Camaros e Camrys batendo rodas de forma emocionante de Daytona a Homestead, mas será necessário pensar em uma solução para o futuro. Transformar as picapes (que continuam sendo populares e produzidas) nas estrelas da festa? Desenvolver modelos que só existam para as pistas carregando os respectivos logotipos? Ou talvez se render às evidências e descobrir que o público não se importará em ver gigantes com formas de esportivos utilitários duelando em “three-wides”? Por enquanto parece coisa de ficção, mas pode não estar assim tão distante…

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