Valentino Rossi é hepta, mas sobre quatro rodas

Monza Rally Show. O nome não poderia definir melhor o que os italianos chamam de ‘kermesse’ (no sentido de festa, reunião de pessoas), em um dos templos sagrados do automobilismo do país. É rally sim, mas não como as provas habituais, já que o percurso é desenhado no interior do Parco Nazionale di Monza e usa, além do lendário traçado, partes da antiga pista elevada. E como algumas especiais incluem voltas no circuito usado pela F-1, por exemplo, há aspectos que são pouco comuns nas disputas em trechos abertos, como o tráfego.

A prova existe desde o fim dos anos 1970 como um encerramento de temporada mas, foi a partir do fim da década de 1990 que começou a atrair feras de outros países, pilotos oficiais de fábrica e a turma da pista com maior frequência – um dos maiores vencedores da história é Rinaldo “Dindo” Capello, vencedor das 24h de Le Mans e dono de inúmeros títulos na endurance.

E foi na virada de século que um tal de Valentino Rossi, que nunca escondeu a paixão também pelas quatro rodas, passou a se tornar presença obrigatória. Não só: “Il Dottore” se prepara com esmero, normalmente conta com equipamento de ponta e, ainda por cima, banca a participação de seu manager e amigo Alesso “Uccio” Salucci, bem como da família Brivio (Roberto e Luca, não Davide, hoje homem-forte da rival Suzuki).

Pois VR46 fez questão de contar com um Ford Fiesta RS WRC tal e qual o comandado por Sebastien Ogier para se tornar hexacampeão mundial, com cerca de 380cv e aerodinâmica bem mais desenvolvida que a da geração anterior. Adversário de verdade, com equipamento semelhante, havia um, o finlandês Teemu Suninen, uma das revelações de seu país e piloto da Ford M-Sport no WRC. Representando a turma das duas rodas estavam ainda o multicampeão mundial de motocross Tony Cairoli e o australiano Chad Reed (campeão do Supercross e do Motocross nos EUA), ambos comandando um Hyundai I20 WRC.

Ao fim de nove especiais em dois dias, Rossi e o experientíssimo navegador Carlo Cassina chegaram à sétima vitória no evento, com vantagem de 1min07 sobre Suninen/Salminen, com os Brivio em terceiro lugar, seguido por Uccio, Cairoli e o ex-piloto da Audi no WEC Marco Bonanomi, outro que não perde o evento. Se as coisas sobre duas rodas não saíram exatamente como o piloto de Tavulia esperava, por conta das limitações da Yamaha, sempre é uma forma de ganhar ânimo para a próxima temporada. Tanto mais que o Doutor já avisou: fechado o parêntese nas motos, pretende disputar pelo menos um ou dois anos uma categoria automobilística de ponta com todo o profissionalismo peculiar.

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