Ferrari SF90: mudou mais do que se imaginava

SF90, para marcar os 90 anos do lançamento da escuderia de Enzo Ferrari (inicialmente com as máquinas da hoje ‘irmã’ Alfa Romeo). Com um vermelho mais escuro e menos vistoso, como se especulava, mas de um belo efeito visual. E, principalmente, com várias diferenças em relação à antecessora SF71H. Quem imaginava que a Ferrari apostasse nos detalhes e desenvolvesse uma evolução do carro de 2018 se surpreendeu diante das imagens da nova arma de Sebastian Vettel e Charles Leclerc, apresentada nesta sexta-feira, em Maranello.

Se mantém alguns conceitos como o das tomadas de ar laterais cuidadosamente carenadas, a SF90 foi totalmente revista na carenagem do motor – a entrada de ar sobre o cockpit perde a forma oval, substituída por um triângulo que lembra o usado pela Sauber há algumas temporadas -, além ser mais curta, estreita e contar com uma barbatana mais longa (na parte final, próxima aos suportes da asa traseira está uma aleta de lâmina dupla semelhante às usadas anteriormente na parte superior da carenagem. A Scuderia faz questão de deixar claro que as mudanças foram possíveis com um novo posicionamento de alguns componentes da unidade de potência, além de menor exigência de refrigeração do conjunto.

As primeiras imagens evidenciam o rake (o acerto com a dianteira mais próxima do asfalto do que a traseira) mas, acima de tudo, mostram um conjunto de defletores e aletas mais simples do que o de boa parte dos rivais, o que pode ser apenas estratégia para driblar a concorrência e apresentar todos os segredos apenas na pista.

O entre-eixos, medida guardada a sete chaves pelas equipes, sugere a mesma medida do SF71H, numa tentativa de manter o equilíbrio e a eficiência nos circuitos mais velozes mas também em pistas mais travadas. No lançamento, o agora Team Principal (mas ainda diretor-técnico) Mattia Binotto se mostrou bastante à vontade no novo papel, deixando claro que as mudanças com a saída de Maurizio Arrivabene foram superadas. O que não muda é o discurso “pés no chão”, de quem evita fazer promessas, mas fala em resultados à altura da tradição ferrarista. Algo que, como se viu no ano passado, não depende apenas da eficiência da máquina, mas de todas as peças do quebra-cabeças.

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