Lewis Hamilton: ídolo no mundo, polêmica na Grã-Bretanha

Ele fez questão de tirar do carro a Union Jack, a bandeira britânica, assim que retornou aos boxes no GP dos EUA, como hexacampeão mundial de Fórmula 1. E não esconde o orgulho e a satisfação especial de acelerar em Silverstone, diante de milhares de compatriotas o apoiando. Mas se Lewis Hamilton é hoje um ídolo global, ainda convive com rejeição e críticas no arquipélago onde nasceu. Um fenômeno que se acirrou justamente com o sexto título.

O debate começa por algo que, para os britânicos, tem muita importância e significado: os títulos de nobreza. Lewis é ‘apenas’ MBE, ou membro do império britânico, a mais baixa entre as distinções concedidas pela rainha Elizabeth II. Acima dele, nas pistas, estão Jenson Button, Nigel Mansell e Stirling Moss. Que, embora seja um dos maiores e mais versáteis pilotos de todos os tempos, não conseguiu ser campeão na F-1.

O problema nem é em relação aos demais pilotos, mas a outras figuras do esporte que ganharam o título de CBE (cavaleiro) e podem ser chamados de Sir. O jornalista e apresentador Piers Morgan lembrou que Alastair Cook, arremessador de críquete que não aparece sequer entre os 20 mais eficientes na Grã-Bretanha se tornou Sir, enquanto Hamilton não.

Outro nome de peso em defesa de LH44 é o de Gary Lineker, um dos maiores atacantes da história do futebol inglês, artilheiro da Copa do Mundo de 1986. “Considerando alguns dos nomes agraciados, é inexplicável que Lewis não tenha recebido o título. Ele é para mim o maior esportista da história do Reino Unido”.

Ao comentar o tweet do jogador, Damon Hill (campeão em 1996) também se mostrou incrédulo com o ‘esquecimento’. “Ele deveria se tornar cavaleiro agora. Infelizmente muita gente não enxerga a F-1 como um desafio esportivo”. Alguns deputados do Partido Trabalhista iniciaram uma campanha de convencimento para que o Palácio de Buckingham corrija a injustiça.

Campeão para campeão

Se para muitos a postura em relação a Hamilton traz embutido um comportamento racista, na prática os críticos do hexacampeão insistem no fato de que ele não tem domicílio fiscal na Grã-Bretanha. Com isso, deixa de recolher impostos e obrigações no Reino Unido, o que seria uma afronta. Se esquecem, no entanto, de que várias celebridades do esporte e do show business fazem o mesmo, e não só na terra da rainha.

O próprio Hamilton não dá mostras de estar preocupado com a questão do título de nobreza. Mesmo sem ele, faz questão de deixar clara sua origem e o orgulho de ser britânico. Em Silverstone, recebe mais carinho e apoio do que qualquer onda de críticas e rejeição. Para quem saiu de uma pequena cidade de periferia, não nasceu em berço de ouro e tem origem numa família de imigrantes caribenhos, vale mais do que qualquer homenagem de circunstância.

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