Desta vez o mais sensato, Verstappen comanda pódio inesperado no GP Brasil

Corrida maluca é um termo usado muitas vezes para definir as visitas do Mundial de Fórmula 1 ao Brasil. Na edição 2019 do GP Brasil, se a chuva não deu as caras, confirmando a previsão meterológica, as disputas na pista acabaram proporcionando um resultado no mínimo diferente.

Exceção feita ao ocupante do degrau mais alto do pódio que, já na véspera, havia mostrado sua superioridade. Max Verstappen chegou em Interlagos à oitava vitória na carreira, não sem ter que mostrar toda a sua habilidade. Num fim de semana em que Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Charles Leclerc acabaram envolvidos em incidentes – a dupla da Ferrari se auto-eliminou a cinco voltas do fim -; o holandês da Red Bull mostrou calma e controle muitas vezes cobrados dele.

Verstappen manobrou para manter a posição na largada, ao passo que Hamilton surpreendia Sebastian Vettel por fora no S do Senna. Em poucas voltas a vantagem do #33 era superior aos dois segundos. Leclerc, que saiu do 14º posto, atacou de forma decidida para escalar o pelotão e, na nona volta aparecia em oitavo. Logo em seguida, Daniel Ricciardo acabou tocando Kevin Magnussen numa tentativa de ultrapassagem na Curva do Lago. O australiano da Renault acabou responsabilizado pela manobra e punido com cinco segundos de imobilização do pitlane.

Mudança de estratégia

Se a estratégia considerada ideal pela Pirelli era de pitstop único, a Mercedes resolveu apostar em outro plano chamando Hamilton na 21ª volta e mantendo os pneus macios (banda vermelha). No jogo tático, a Red Bull optou por repetir a manobra, fazendo o mesmo com o líder. Verstappen acabou fechado na saída dos boxes pela Williams de Robert Kubica. Vettel herdou a ponta, seguido por Valtteri Bottas. Hamilton logo superou Leclerc, mas não conseguiu resistir ao ataque de Verstappen no S do Senna.

Na 25ª passagem o alemão fez sua parada e, com pneus médios, teria a chance de arriscar seguir na pista até o fim. Com sua parada e a de Bottas, Verstappen retomou a ponta, dois segundos à frente de Hamilton. O piloto da Ferrari #5 conseguia ser mais rápido que a dupla à sua frente. A segunda parada de Bottas, à esta altura com os pneus de banda branca (duros), deixou claro que dificilmente o pitstop único seria possível.

Mais uma vez Hamilton trocou primeiro (volta 43), com Verstappen em seguida. O trabalho impecável da Red Bull (1s9) o deixou próximo de Vettel e, quando o ataque era iminente, o ferrarista também fez uma segunda parada. O que levou Alex Albon a ocupar a terceira posição.

O abandono de Bottas, na 52ª volta, com problemas na unidade de potência, deu início à fase animada do GP. Se o VSC parecia suficiente, a direção de prova optou pela entrada do carro de segurança neutralizando a prova. A Mercedes blefou, sugeriu novo pit de Hamilton, mas o hexacampeão seguiu na pista, enquanto Verstappen, sim, aproveitou a chance. E, na relargada, atacou o hexacampeão de forma decidida por fora, no S do Senna, logo abrindo novamente vantagem confortável. Hamilton, Albon, Vettel e Leclerc seguiram próximos.

Fogo amigo

Na 66ª volta, Vettel, com pneus mais desgastados, foi superado por Leclerc ao fim da reta dos boxes mas, aproveitando-se da segunda zona do DRS, buscou o troco na Reta Oposta. Ao trazer o carro ligeiramente para a esquerda, provocou um toque que danificou a suspensão dianteira direita do #16 e um furo de pneu do #5 – os dois abandonaram como consequência.

Mais uma vez pelotão agrupado e, desta vez, Hamilton aproveitou para colocar pneus novos. Com isso Pierre Gasly subiu para a terceira posição, atrás do líder Verstappen e de Albon. A expectativa do primeiro pódio 100% Red Bull terminou no Bico de Pato, quando o piloto da Mercedes tocou o tailandês. Enquanto Verstappen recebia com tranquilidade a bandeirada, Gasly se defendeu dos ataques de Hamilton para assegurar o segundo posto. O hexacampeão foi considerado culpado pelo toque com Albon e, punido com cinco segundos, caiu para sétimo.

O que valeu um pódio inédito a Carlos Sainz (e o primeiro da McLaren desde a Austrália’2014). Com problemas elétricos na qualificação, o espanhol saiu da última posição e fez uma corrida que dosou agressividade e constância para ganhar terreno.

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