Novas máquinas do rally brasileiro: o HB20 4×4 proto da UB Rally

A temporada 2021 do rally de velocidade no Brasil será marcada pela estreia de várias novas máquinas. Uma renovação necessária diante do mesmo problema que atinge as categorias de pista: a falta de projetos das montadoras ou de apoio direto à competição. E como no Turismo Nacional, os preparadores da modalidade resolveram desenvolver soluções próprias, com foco também nos custos. Hoje um modelo R5 (4×4 com motorização 1.6 turbo) custa, novo, cerca de 250 mil euros, ou R$ 1,67 milhão pelo câmbio do dia. E não há tantas provas como na Europa para que as equipes recuperem o investimento feito.

O Racemotor começa a apresentar as novidades pelo Hyundai HB20 da UB Rally, de Ulysses Bertholdo. O piloto (multicampeão brasileiro), engenheiro e preparador gaúcho criou um Proto, com a carroceria do hatch sul-coreano e a mecânica de um Mitsubishi Lancer Evo X – motor 2.0 turbo com 300cv, câmbio e suspensões. Uma ideia que nasceu com a parada provocada pela pandemia e contou com o suporte de Paulo Nobre, o Palmeirinha. O também piloto e ex-presidente do Palmeiras emprestou a quantia necessária para que o projeto fosse adiante.

Trabalho

“Conseguimos desenvolver tudo em casa. Tanto os Lancer da equipe quanto o DS3 Maxi Rally (do gaúcho Alexandre Figueiredo) a que damos apoio nos deram algumas ideias. Não foi uma tarefa fácil, mas o resultado ficou muito bom. O carro é 300kg mais leve do que o Lancer. Eu acredito que, com os testes e a evolução, ele será o carro a ser batido na Rally2 (categoria que reúne os 4×4)”, explica Ulysses. Entre as soluções adotadas, ele fixou diretamente na gaiola em aço os quadros da suspensão dianteira e traseira. “A carroceria não faz qualquer força no conjunto, se as regras permitissem eu poderia usar apenas partes dela”, prossegue. A escolha do HB20 como base para o Proto não se deu por acaso: ‘era o modelo mais recente no mercado brasileiro, não deve passar por facelift por agora, queríamos um carro atual’.

Molas e amortecedores são os Reiger e Ohlins já presentes no Lancer. E o primeiro exemplar foi montado apenas com peças sobressalentes, sem exigir a desmontagem de um dos carros do time. Nos próximos 15 dias ele estará pronto, com os componentes em fibra e a pintura definitiva. Vai então passar por novos testes na base do time, em Farroupilha, para encarar as primeiras provas. “Estamos buscando um piloto para andar, em último caso eu corro”, avisa Ulysses.

Palmeirinha teve a chance de andar com o Proto (ainda sem os apêndices aerodinâmicos) e gostou do resultado. “O carro é extremamente divertido, parece um Peugeotzinho com alma de Lancer Evolution. É bastante arisco, muito arisco, perdoa menos do que o Lancer, mas é muito gostoso de pilotar”.

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