Estreante na Moto GP responde na pista a críticas e bronca sobra para Syahrin
Não é fácil estrear num protótipo de competição com mais motor e freios do que qualquer coisa que você tenha comandado antes sem um teste sequer. Situação vivida pelo francês Christophe Ponsson, que ganhou a chance de substituir o espanhol Tito Rabat (que se recupera das cirurgias depois da queda nos treinos para o GP da Grã-Bretanha) no comando da Ducati GP16 do Team Reale Avintia no GP de San Marino e Riviera de Rimini da MotoGP, em Misano Adriatico.
Na véspera dos treinos, feras como Valentino Rossi e Dani Pedrosa se mostraram preocupados com a inexperiência do piloto de 22 anos, acostumado às Superbikes 1.000cc que, embora não devam muito em termos de potência, exigem outro tipo de pilotagem, além de frear muito menos.
No primeiro treino em Misano, Ponsson realmente mostrou a dificuldade esperada de adaptação, completando sua volta mais rápida em 1min40s038, sete segundos mais lento que Andrea Dovizioso, P1 com a Ducati oficial. Uma diferença que, se repetida na qualificação, o impediria de largar por deficiência técnica. Na segunda sessão, no entanto, o estreante francês conseguiu limar quase dois segundos e, embora em último, apareceu entre os classificados. Tudo indica que neste sábado, a cada volta seja possível andar um pouco mais rápido, mesmo sem a perspectiva de se aproximar tanto do resto do pelotão. Quem acompanha a categoria desde o tempo das CRTs (motos com quadros protótipos e motores das SBK para engordar os grids) vai lembrar que, na época, a diferença chegava à casa dos 5 segundos sem grandes problemas.
Por outro lado, quem terminou a sexta-feira criticado e pelo próprio chefe de equipe foi o malaio Hafizh Syahrin, que comanda uma Yamaha satélite do Team Tech 3. Chamado às pressas para substituir Jonas Folger, que se licenciou para tratar uma condição de saúde que limitava seu desempenho, ele mostrou rápida adaptação e um ritmo constante na primeira metade do ano, mas perdeu terreno nas últimas provas. Em Misano, ficou apenas à frente de Ponsson e por boa parte do dia andou no ritmo do francês. Hervé Poncharal, boss da Tech 3, disse não entender o que acontece e pediu a Syahrin para ser mais direto ao apontar possíveis deficiências no equipamento. O malaio disse não entender o que provocou a piora. “Só sei que não sinto confiança na dianteira da moto, tenho que frear mais e mais cedo, já mexemos em tudo e não melhorou, espero conseguir encontrar logo o motivo”, concluiu. No ano que vem ele segue no time, mas a bordo das KTM RC.