FIA RX chega ao fim com mais dúvidas do que certezas para 2019

Um dos quatro mundiais FIA ao lado da Fórmula 1, do WRC e do Endurance (WEC), o Rallycross (FIA RX) concluiu a temporada neste fim de semana em Killarney, circuito próximo à Cidade do Cabo, na África do Sul, com muitas interrogações sobre o futuro próximo. Afinal, à espera de uma disputa com carros 100% elétricos, que não deve ocorrer antes de 2021, Peugeot e Audi se despediram da modalidade, assim como o sueco Matthias Ekströem, campeão em 2016 – confirmou que pode participar de algumas etapas, mas não do campeonato inteiro. E num ano em que Petter Solberg (bicampeão) e sua majestade Sebastien Loeb prometiam se intrometer na disputa pela taça, outro sueco, Johan Kristofferson, resolveu acabar com a incerteza e dominou 11 de 12 etapas, fato que não se verificou em nenhum dos outros mundiais.

Para que se tenha uma ideia da supremacia do bicampeão antecipado, um atraso no embarque do equipamento do PSRX (o time de Solberg, com o suporte da Volkswagen Motorsport) fez com que os carros chegassem à pista apenas na véspera do início da programação, obrigando o time a correr na tentativa de um acerto que funcionasse para o traçado. Nem assim Kristofferson foi tirado do alto do pódio, superando Ekströem e Loeb.

Mesmo os planos do time campeão estão em suspenso – o Polo WRX é baseado no carro que, com Sebastien Ogier, venceu três mundiais de rally e está desatualizado em relação à mais nova geração do modelo de rua (que serviu de base para o carro da categoria R5 para os ralis a partir do ano que vem). Sabe-se, no entanto, que a VW é a montadora mais interessada na futura fórmula, com propulsão elétrica, o que poderia justificar sua continuidade na categoria. Sem Peugeot e Audi, a única montadora envolvida, ainda assim de forma semi-oficial, é a Hyundai, parceira do time do multicampeão Marcus Gronholm, que alinha seu filho Niclas.

Nos primeiros anos do FIA RX, os times particulares dominavam os grids, mas alguns se afugentaram com a chegada das equipes oficiais e sua maior estrutura. A Ford (que chegou a contar com Ken Block) deixou a competição em 2017. Para que a competição tenha sentido em seu formato habitual (com as baterias classificatórias, as semifinais e a final), são necessários ao menos 16 inscritos por evento, o que é mais fácil na Europa, mas menos nas previstas visitas a Canadá (Trois-Rivières), Estados Unidos (Austin), Abu Dhabi (em Yas Marina) e na África do Sul, onde não há os reforços dos competidores do campeonato europeu.

A nota animadora para um campeonato espetacular, que merece seu posto no calendário internacional, vem de uma declaração do próprio Loeb, que pode repetir, no FIA RX, o que fará no próximo Rally Dakar, em que competirá como piloto privado a bordo de um Peugeot 3008 DKR cedido pela fábrica francesa à equipe PH Sport. O mesmo poderia ocorrer no rallycross, com os 208 T16 “emprestados” a um time que poderia ser o do próprio eneacampeão mundial de rally (Sebastien Loeb Racing). O francês foi o único a conseguir destronar Kristofferson do alto do pódio este ano e, por conta do imenso talento, pode ser uma das principais ameaças ao reinado do sueco em 2019.

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