F-Vee: origem americana, com um toque de Ferrari e pé no Brasil

Criar uma categoria automobilística hoje é relativamente mais simples do que no século passado. Basta enxergar um nicho disponível, identificar equipamento (chassi/motor) que se encaixe às pretensões e trabalhar para materializar a ideia.

Pois uma das mais tradicionais classes de monopostos hoje em disputa teve um nascimento mais complicado, embora bastante interessante. A sessentona F-Vee surgiu nos Estados Unidos, com um toque de Ferrari e, por muito pouco, não se transformou em fracasso. Bem diferente do cenário que fez dela ponto de passagem para vários pilotos que chegariam bem mais longe.

Tudo começou com uma ideia de Hubert Brundage, dono de uma revendedora VW na Flórida, piloto amador e com passado na companhia aérea Pan Am (que incluiu a participação no projeto de construção do Aeroporto Val de Cans, em Belém). Preocupado em acelerar com um orçamento limitado, ele pensou em adaptar o conjunto mecânico do VW Beetle (Fusca) num chassi da F-Junior, em 1958. O que acabou concretizado pelo italiano Enrico Nardi, ex-piloto e projetista com passagem pela Ferrari.

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O protótipo se mostrou pouco competitivo para a categoria, e fez com que Brundage o deixasse de lado. Pouco antes de morrer, ele vendeu o modelo para Bill Duckworth, dono de uma oficina em Orlando, e George Smith, dirigente do Sports Car Club of America (SCCA). Os novos modelos construídos pela dupla deram origem à Formcar que, mais tarde, passaria a ser a F-Vee. Que atravessou o Atlântico, se tornou popular também na Europa e chegou ao Brasil em 1967.

Nos primeiros anos, o destaque era o Fitti-Vê, desenvolvido por Wilsinho e Emerson Fittipaldi – vários outros modelos artesanais reforçavam os grids, ajudados pela disponibilidade de peças VW. Hoje há pouco do Fusca (a suspensão dianteira), mas o espírito das primeiras décadas prossegue. O motor atual é o do Fox, os chassis ganharam suspensão traseira independente e câmbio de cinco marchas do Gol.

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