Nos carros, Brasil chega ao Dakar 2024 para fazer história

O Dakar 2024 começa na próxima sexta-feira (5) com expectativa de muita emoção na disputa dos carros. E com a chance de ótimos resultados para os representantes brasileiros. Se o domínio de Nasser Al-Attiyah e Mathieu Baumel marcou as duas últimas edições, a mudança de equipe da dupla ajuda a aumentar a incerteza. O piloto do Qatar e o navegador francês trocaram a Toyota GR Hilux DKR T1+ oficial pelo Prodrive Hunter. São agora companheiros de time de Sebastien Loeb em um ano de transição. Em 2025, as duas duplas defenderão a Dacia, marca do grupo Renault, sempre em parceria com a Prodrive.

Al-Attiyah e Loeb vão depender da confiabilidade do Hunter para ocupar o degrau mais alto do pódio. O que traz ótimas possibilidades para Lucas Moraes. O paulista de 32 anos ganhou a nada fácil missão de substituir Al-Attiyah na Toyota Gazoo Racing após a ótima estreia em 2023. Com uma GR Hilux DKR T1+ privada e alinhada pela Overdrive, ele completou o maior rally do mundo em terceiro. Superado apenas pelos monstros sagrados da modalidade Al Attiyah e Loeb.

“Quero retribuir a confiança que foi depositada em mim e fazer um bom Dakar. Quero estar à altura, e estou pronto para os desafios que estão por vir. Eu me preparei a vida toda para isso”, disse Lucas, que contará com a nova GR Hilux DKR T1U. O espanhol Armand Monleon será seu navegador este ano.

Última chance

A Audi volta a alinhar seus três RS Q e-Tron E2, com um trio que dispensa apresentações. Stephane Peterhansel e Carlos Sainz somam, juntos, 11 vitórias nos carros. O versátil Mattias Ekstrom também se mostrou à vontade no Dakar, após os títulos do DTM e no Mundial de Rallycross. O buggy movido por energia elétrica (e recarregado por um motor 2.0 turbo à combustão ex-DTM) venceu várias etapas, mas ainda não mostrou a resistência necessária para suportar duas semanas de prova nas primeiras posições.

Tudo indica que a Audi anunciará o fim da participação oficial após o Dakar 2024 para se concentrar na F-1 – os RS Q e-Tron podem seguir de forma privada nas mãos de Sven Quandt, parceiro da marca alemã com sua Q Motorsport. Essa é, na teoria, a última grande chance da marca dos quatro aneis.

Já a Ford inicia este ano seu projeto com as Ranger V6 T1+ desenvolvidas pela Neil Woolridge Motorsports e alinhadas pela M-Sport, de Malcolm Wilson. A ideia é ganhar experiência e acumular informações para 2025, quando é esperado um modelo totalmente novo. Vencedor em 2014, Nani Roma traz todo o seu conhecimento para ajudar nessa missão. O espanhol se recuperou de um câncer e mostrou no Rally do Marrocos estar pronto para o desafio.

Outra novidade é a estreia do Century CR-7 T1+, mostrado pelo Racemotor. O construtor sul-africano alinha seu primeiro modelo 4×4 (com motorização Audi turbo) para desenvolvê-lo. Não por acaso, a pilotagem fica com Brian Baragwanath, que também é engenheiro da Century Racing – supervisionou a participação vitoriosa do CR-6 no último Sertões, com Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs.

Baumgart

Além de Lucas Moraes, os irmãos Marcos e Cristian Baumgart também iniciam o Dakar com boas possibilidades de andar entre os 10 primeiros. Ambos comandam os Hunter T1+ de sua equipe, a X Rally, com total suporte da Prodrive. As participações no Sonora Rally (México), no Sertões e no Rally do Marrocos serviram como ótimo teste. Marcos e Kleber Cincea fecharam na sétima posição a prova marroquina. Já Cristian e Beco Andreotti ficaram com a P.2 no Sertões.

Time feminino

Outro destaque é a equipe espanhola Astara, que conta com dois Century CR-6 movidos por biocombustível e pilotados por mulheres. A espanhola Laia Sanz, multicampeã no enduro e no trial (e vice da Extreme E 2023) faz sua terceira participação sobre quatro rodas. No outro buggy estará a uruguaia Patricia Pita, filha de Jorge Pita, campeão sul-americano de rally em 1999. Ela estreou no Dakar no ano passado, com um UTV T4.

Luto

O Dakar perdeu nesta quarta-feira um de seus grandes nomes. Morreu aos 82 anos René Metge. O francês venceu nos carros em 1981, 1984 e 1986, a última delas com o lendário Porsche 959. Também foi diretor da prova em 1987 e 1988. Se destacou ainda nas 24h de Le Mans, com um sétimo lugar em 1986.

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