Anthoine Hubert: o adeus ao talento discreto

Discreto, veloz e campeão. Três características que definiam bem o francês Anthoine Hubert. Com seu jeito de aluno mais inteligente da escola graças aos óculos de grau, ele preferia falar pela pilotagem, com um sorriso tímido mas sempre presente.

Foi assim, com feição tranquila e pé direito pesado que ele conquistou o título francês de F-4 em 2015 com 11 vitórias. Depois de uma temporada na Eurocup F-Renault, voltou a vencer corridas no Europeu de F-3 de 2016, com o Dallara da Van Amersfoort Racing. O piloto de Lyon, no entanto, ainda era visto como uma aposta quando foi escolhido pela poderosa ART para seu time na GP3 em 2017. Com quatro pódios, terminou o ano na quarta posição.

O ano de 2018 marcou a explosão de seu talento. Com 11 pódios e duas vitórias, ele conquistou o título no último ano da categoria com a antiga denominação (agora FIA F-3). O que valeu a entrada no programa de jovens talentos da Renault. E o passaporte para a F-2, com a HWA Arden. Nas oito rodadas duplas, foram duas vitórias ‘em casa’ (Mônaco e Paul Ricard), a oitava posição na classificação e a condição de melhor estreante.

Ironia do destino, Hubert foi um dos últimos entrevistado pela série de podcasts da categoria, quando falou sobre o começo nas pistas, a carreira e os planos. “Papai Noel me deu um pequeno kart quando eu tinha três anos, meu pai era apaixonado pelo automobilismo e me levava para um estacionamento de supermercado. Com cones, ele criava uma pista e ali eu andava, até os 5 anos”.

Objetivos

E se o sonho de levar novamente a França a um título mundial na F-1 era real, os pés permaneciam no chão, com planos bem claros. “Lógico que para isso acontecer eu tenho que chegar lá um dia. Na F-2 estou procurando me adaptar e aprender, não penso em terminar o campeonato numa posição específica. No ano passado eu tinha de vencer o campeonato. Agora sou um estreante, em um time que teve dificuldades e não briga pelo título. Estou feliz por ter conseguido vencer como novato”.

Tristemente, o circo da F-1 e suas categorias de acesso voltou a viver um incidente fatal, quase quatro anos depois do choque que custou a vida de outro francês talentoso, Jules Bianchi.

Curtiu? Então siga o Racemotor nas redes sociais:
Facebook
Twitter

Instagram

Você também pode gostar
Deixe seu comentário

Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência. Clique em Aceitar se concordar. AceitarLeia mais