Crise na Ucrânia faz F-1 cancelar GP da Rússia

A invasão de território ucraniano por tropas russas provocou efeitos imediatos no Mundial de Fórmula 1. Nesta sexta-feira (25), a categoria divulgou um comunicado em que confirma que não irá a Sochi para o GP da Rússia. Uma decisão tomada em conjunto com equipes e pilotos – alguns, como o tetracampeão Sebastian Vettel, já tinham expressado sua insatisfação. O alemão disse inclusive que não correria caso a prova fosse mantida no calendário. Max Verstappen afirmou que considerava no mínimo estranho andar em um país envolvido num conflito militar.

Sempre é bom lembrar que o controle comercial da F-1 hoje é norte-americano, com a Liberty Media. O que por si só cria uma situação delicada, apesar dos contratos assinados com os promotores do GP da Rússia. “Estamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos na Ucrânia com tristeza e choque e esperamos uma solução rápida e pacífica para a presente situação. Na noite de quinta a F-1, FIA e as equipes discutiram o posicionamento do esporte e a conclusão é de que é impossível realizar o GP da Rússia nas circunstâncias atuais”, diz o texto.

Sochi receberia a F-1 pela última vez este ano. Para 2023 está prevista a mudança para o circuito permanente Igora Drive, próximo a São Petersburgo.

Haas

Uma das equipes está diretamente ligada ao desenrolar dos acontecimentos. Com a chegada de Nikita Mazepin ao volante em 2021, a Haas passou a depender do dinheiro russo. Dimitri Mazepin, pai do piloto, comanda o grupo Uralkali, gigante da petroquímica (inclusive com empresas no Brasil). Acima de tudo, é sabidamente aliado ao presidente russo Vladimir Putin.

Com as sanções econômicas internacionais e as respostas dos Estados Unidos e de boa parte da Europa, dificilmente as cores da bandeira russa presentes na decoração do VF-22 seriam bem-vindas em várias paradas do Circo. O próprio time tratou de tirar do carro e de seus caminhões no último dia dos treinos coletivos de Barcelona qualquer referência ao país, além das marcas da Uralkali. E informou que não se pronunciaria sobre o incidente diplomático. A equipe norte-americana interrompeu o trabalho desta sexta-feira mais cedo, supostamente por mais um vazamento no novo carro.

Na teoria, Mazepin Senior poderia manter o investimento sem qualquer referência à Rússia, mas sua proximidade com Putin complica a situação. A ponto de o futuro do próprio filho na categoria estar em perigo.

Siga o Racemotor no:

Threads

Instagram

Facebook

Twitter

Você também pode gostar
Deixe seu comentário

Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência. Clique em Aceitar se concordar. AceitarLeia mais