Fórmula 1 fecha a porta para a Andretti pelo menos até 2028

Ducha de água gelada nos planos da Andretti Global de competir no Mundial de Fórmula 1. Se a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) acolheu a estrutura comandada por Michael Andretti como possível novo time do circo, a Liberty Media, dona dos direitos comerciais da categoria, mostrou que pensa diferente. Conforme revelado pelo jornalista Andrew Benson, especialista da F-1 na BBC inglesa, o time norte-americano foi comunicado de que, na melhor das hipóteses, terá uma chance em 2028. O que dependerá, ainda por cima, da confirmação da General Motors como fabricante de motores.

Segundo o documento, a F-1 concliu, após análises envolvendo as principais partes interessadas, que “uma 11ª escuderia não adicionaria valor à categoria”, e que “não acredita que a candidata (Andretti) fosse competitiva”.

O texto afirma ainda que “embora o nome Andretti seja de certa forma reconhecido pelos fãs, nossas pesquisas indicam que a F-1 traria valor à marca Andretti, e não o contrário”. Isso muito embora a Andretti Global esteja presente hoje na Fórmula E, Indy, Indy NXT, IMSA, Extreme E e na Supercars australiana. E já tenha a parceria confirmada com a Cadillac (grupo GM), com direito a uma base na Europa para o projeto F-1 e um modelo em escala desenvolvido pelo time comandado por Nick Chester e testado no túnel de vento da Toyota, na Alemanha.

Motores

A F-1 (Liberty) alega que a necessidade da Andretti de se ligar a um fornecedor atual de motores até 2028 (quando supostamente a GM terá prontas suas unidades de potência), traria riscos à propriedade intelectual – a Alpine foi apontada como potencial parceira nos primeiros anos.

A categoria se esquece, por exemplo, da situação criada entre Red Bull / AlphaTauri (agora RB) e a Honda. Os japoneses deixaram o campeonato no fim de 2021, mas repassaram a tecnologia (e o apoio técnico) à Red Bull Powertrains, divisão criada pela marca de energéticos. Que, por sua vez, terá a marca da Ford em sua nova geração de motores, desenvolvidos com base nos atuais, hoje os mais eficientes do circo. A própria Honda retornará em 2026, ao lado da Aston Martin.

Por último, o documento cita ainda “despesas e obrigações extras para os promotores de GPs com a chegada de mais um time”, sugerindo dificuldades para acomodar a 11ª equipe nos paddocks e nos boxes. Algo que, ao menos nos circuitos permanentes, está longe de ser um problema.

Rejeição

Na base da rejeição manifestada à Andretti está a posição das atuais 10 escuderias – ou a maioria delas -; que não aceita repartir o bolo dos ganhos com publicidade, direitos de TV e as taxas pagas pelos promotores dos GPs com mais uma equipe. Nem mesmo a taxa exigida de um time novato (US$ 200 milhões) para compensar a perda de arrecadação dos rivais mudou a postura delas.

Devastado

Pai de Michael e campeão mundial de 1978, Mario Andretti deixou clara sua tristeza com a notícia envolvendo a equipe do filho em uma postagem no X (ex-Twitter). “Estou devastado. Não vou dizer nada mais, já que não consigo encontrar outra palavra além de devastado”.

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