Esquadrão brasileiro dos UTVs com chance de tetra no Dakar 2024

Largada para o maior rally do mundo nesta sexta-feira. Um prólogo de 27 quilômetros em Al Ula marca o início do Dakar 2024, que abre o Mundial de Rally Cross-Country (W2RC). O trecho cronometrado vai definir a ordem de largada para a primeira etapa, sábado e é apenas um aperitivo para os quase oito mil quilômetros em duas semanas de prova na Arábia Saudita.

Se a participação brasileira é recorde, ela se concentra principalmente nas duas categorias dos UTVs, agora com novos nomes. A T3, para protótipos ou modelos com maior preparação (e velocidade final) passa a se chamar Challenger. Já a T4, para derivados de série, se transforma em SSV (de side by side vehicle, um dos nomes pelos quais esse tipo de máquina é conhecido).

A expectativa de bons resultados do esquadrão verde e amarelo se repete em ambas. Com possibilidade de um tetracampeão (e tri consecutivo). Gustavo Gugelmin volta a alinhar com o piloto norte-americano Austin Jones em um Can-Am Maverick X3 da Can-Am Factory Racing, equipe oficial da marca. O navegador catarinense venceu em 2018, ainda na América do Sul, ao lado de Reinaldo Varela. Em 2022, ele e Jones dominaram na T4. E repetiram o feito ano passado na T3.

“Cada dia é completamente diferente do anterior no Dakar. E a organização tenta fazer a prova mais difícil a cada ano. Desta vez temos a especial de 48 horas, que será um teste diferente. Somos uma dupla muito constante, experiente e conhecemos bem o equipamento, que ganhou evoluções. Só que existem as coisas que não conseguimos controlar, além dos adversários muito fortes. Mas a expectativa é grande”, diz Gugelmin, também preparador de UTVs no Brasil.

Tri seguido

Ele lembra que sua dupla, além do francês Alexandre Giroud (quads) e de Nasser Al-Attiyah / Matthieu Baumel (carros) tem a chance de fazer história este ano chegando ao terceiro título consecutivo do Dakar, o máximo já alcançado em todas as modalidades. Gugelmin alerta ainda para a possibilidade de chuva ao longo do percurso, o que já aconteceu ano passado.

Também na Challenger estão Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs, com um Taurus MCE-5 da equipe BBR. A dupla vem da vitória entre os carros no Sertões 2023 e, como o Century CR-7 T1+ ainda não está disponível, encara o Dakar entre os UTVs. Eles fizeram a prova juntos em 2022, com o Century CR-6. Com o mesmo modelo e equipe, Gunter Hinkelmann faz sua estreia ao lado do navegador Fabrício Bianchini, que disputou o Dakar 2009 (primeiro na América do Sul) nas motos.

Primeiro brasileiro campeão do Dakar nos UTVs ao lado de Leandro Torres, o experiente Lourival Roldan navega desta vez para o paraguaio Oscar Santos (Can-Am Maverick X3 / South Racing).

SSV

Na SSV, o mineiro Cristiano Batista larga para seu segundo Dakar ao lado do português Fausto Mota, com o Can-Am Maverick X3 da South Racing / Transmáquinas Racing. A dupla venceu uma etapa ano passado e chegou ao bicampeonato da Copa do Mundo FIA de Rally Baja.

Jorge Wagenfuhr faz seu quarto Dakar, o primeiro ao lado do navegador Humberto Ribeiro, o Piauí. Com um Polaris RZR Pro R da equipe XTreme Plus, a expectativa do piloto é finalmente completar a maratona.

Piratas

Nenhum brasileiro precisou lutar tanto nos últimos dias para poder correr quanto Rodrigo Varela. O campeão do Sertões 2022 (e filho de Reinaldo Varela) embarcou seu UTV de navio para a Arábia Saudita com o material do time. A embarcação foi perseguida por rebeldes Houthis no Mar Vermelho – o grupo luta em uma guerra civil no Iêmen contra forças apoiadas pela Arábia Saudita e passou a atacar em resposta à entrada de Israel na Faixa de Gaza. Foi necessário dar meia volta e contornar a África.

Rodrigo conseguiu em Portugal o Can-Am Maverick X3 usado pelo brasileiro Daniel Mahserdjian no último Sertões. No dia do Natal, começou o esforço para prepará-lo e enviá-lo de avião à Arábia. E para conseguir peças sobressalentes para o lugar das que estão no navio.

O UTV chegou a Al Ula no dia 2, exigindo um trabalho intenso de montagem para superar a vistoria e poder largar.

“Espero que agora venha a parte boa. Fiquei virado esses dois últimos dias trabalhando, mas estamos prontos. Claro que o primeiro objetivo é completar, especialmente por ser meu ano de estreia, mas queremos andar forte. O Dakar é um sonho para todos. Sei que vamos passar 10, 12 horas todos os dias no carro e encarar todo o tipo de terreno possível, mas é para isso mesmo que estamos aqui”, diz. Enio Bozzano será seu navegador.

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