Dinheiro digital: nova moda nos patrocínios da F-1

Criptomoedas, blockchains, tokens. Palavras cada vez mais comuns na realidade atual das equipes do Mundial de F-1. Das 10 escuderias, apenas duas – Williams e Haas –; não contam, em sua lista de patrocinadores, com a marca de alguma empresa do novo mundo do dinheiro digital. E há quem consiga reforçar o orçamento por meio dessas parcerias além do valor pago para a exposição do apoiador. Algumas vão mais longe e contam com suporte dobrado.

Caso da campeã de pilotos Red Bull. A equipe do touro vermelho carrega a logo da Tezos e da Cash App. A primeira é uma rede de blockchain (registra transações virtuais e rastreia ativos) que também tem sua moeda (código XTZ). O segundo é um aplicativo de transferências de dinheiro ‘convencional’, mas que também negocia criptomoedas. (atualização: a escuderia anunciou ainda um contrato com a plataforma Bybit, que passa a ser o ‘segundo patrocinador’ em termos de importância).

A Tezos ainda coloca sua marca nos carros laranjas de Daniel Ricciardo e Lando Norris.

A Aston Martin tem como parceira a Crypto.com, aplicativo que surgiu para dar os clientes a chance de controlar seu dinheiro longe dos bancos convencionais, com direito a um cartão de crédito em criptomoedas. E também a Socios.com, plataforma de venda de Fan Tokens – uma moeda que dá ao comprador acesso a promoções, recompensas e conteúdos especiais e que rende dinheiro extra ao time. A Alfa Romeo, que oferece seu token no mesmo site/app, também tem entre os apoiadores a criptomoeda Floki Inu (FLOKI).

Ferrari

O F1-75 da Ferrari trará em destaque (nas laterais) a marca da Velas. Que, no material de divulgação do time, aparece com um dos três principais patrocinadores, ao lado do Banco Santander e da Shell. Trata-se de mais uma plataforma de blockchain, que tem como objetivo competir com o Ethereum 2.0. Também terá uma wallet (bolsa, ou corretora, em que é possível guardar e negociar criptomoedas) e já oferece sua moeda (VLX) em corretoras menores. Um dos próximos passos é a negociação em gigantes como a Binance. Binance, aliás, que passa a apoiar este ano a Alpine.

A Mercedes é patrocinada pela FTX, que negocia criptomoedas e NFTs (itens colecionáveis digitais). Na AlphaTauri, quem aparece (no Halo) é a Fantom – outra plataforma descentralizada de contratos que também oferece sua moeda (FTM).

Cigarro

Um cenário que faz lembrar, em escala bem mais modesta, é verdade, a realidade dos anos 1970 e 1980 no Circo. Naqueles tempos, boa parte da profissionalização e do crescimento da categoria foi movida pelo dinheiro dos fabricantes de cigarros. Um bom exemplo é a temporada de 1988: todas as 18 escuderias que tentaram se qualificar contavam com dinheiro da indústria do tabaco, por patrocínio direto ou aos pilotos. Mesmo a Ferrari, que relutou por muito tempo ter apoiadores que não fossem parceiros técnicos, se rendeu. A Marlboro (Phillip Morris) colocava sua logomarca junto ao nome dos pilotos, na carenagem.

As restrições a esse tipo de publicidade nas últimas décadas levaram as equipes a buscar outras alternativas. Hoje apenas a McLaren ainda mantém um patrocínio do gênero: o do programa ‘A Better Tomorrow’, da British American Tobacco, que já teve sua própria equipe na F-1 (BAR).

Outras categorias

O fenômeno é cada vez mais comum no automobilismo. Sem o suporte da BMW, a equipe de Michael Andretti na F-E tem agora como title sponsor a Avalanche (AVAX), mais uma criptomoeda. Na Nascar (especialmente na divisão Xfinity) várias coins têm exposto suas marcas. Muitas delas as ‘meme coins’ (que nascem de memes da internet), como Dogecoin.

Siga o Racemotor no:

Threads

Instagram

Facebook

Twitter

Você também pode gostar
Mostrar comentários (1)

Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência. Clique em Aceitar se concordar. AceitarLeia mais