Desde os primórdios do automobilismo é assim: quem não consegue bons resultados pressiona por mudanças nas regras ou condições mais favoráveis. Quem vem bem rejeita qualquer alteração. Pois um grupo de escuderias do Mundial de F-1 lideradas por Red Bull e Ferrari quer que Pirelli e FIA avaliem o retorno dos pneus com o desenho usado até ano passado – na prática, com flancos 4 milímetros mais altos. E uma reunião nesta sexta-feira (28) no Red Bull Ring vai analisar a possibilidade, que seria adotada a partir do GP da Bélgica, no retorno da pausa da folga de verão.
O uso dos pneus mais baixos foi experimentado ano passado pela Pirelli em Barcelona e Silverstone, que têm asfalto mais abrasivo e, por isso, traziam riscos à durabilidade da borracha (excesso de bolhas e graining). Uma história que teve início, na verdade, no GP britânico de 2013, quando vários carros apresentaram furos, provocando forte pressão sobre a fabricante para buscar soluções que passaram pela mudança dos compostos e pela nova construção.
Os pneus com flancos menores trouxeram bons resultados em termos de durabilidade, mas muitas equipes têm encontrado dificuldade para fazê-los chegar à janela ideal de temperatura. Na prática, além de Red Bull e Ferrari, as respectivas aliadas (Toro Rosso; Sauber e Haas), além da Renault, seriam favoráveis à mudança.
Aí é que está o problema: para ser aprovada, a proposta tem que contar com 70% dos votos e, além de Mercedes e McLaren, os times que empregam unidades de potência fornecidas pelos alemães (Williams e Racing Point) também devem se opor. A menos que haja uma surpresa, a tentativa vai ficar mesmo no barulho, e quem não vem conseguindo fazer a borracha funcionar devidamente terá de continuar quebrando a cabeça em busca de uma solução.
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