Personagem do mês: Clemente Faria Jr.

Ele nasceu com a velocidade no DNA – o pai foi tricampeão brasileiro de Marcas na década de 1980, ao lado de Vinícius Pimentel e José Junqueira (pai de Bruno). E se o contato com as pistas não foi estimulado em casa, tampouco houve resistência, bem ao contrário.

Com muito trabalho e disciplina, sempre com o também piloto de Marcas Roberto Mourão como ‘anjo da guarda’, Clemente Faria Júnior se tornou destaque no kart brasileiro em um dos períodos mais competitivos. Títulos nacionais foram quatro, número que poderia ter sido maior não fossem problemas mecânicos em algumas competições (o Brasileiro disputado em Betim, na categoria Sudam Júnior foi um deles).

Do kart direto para os mais de 220 cavalos e a complexidade de um Fórmula 3. E no Sul-Americano de 2007, o título com o Dallara-Berta da equipe Cesário Fórmula. No ano seguinte, o passo foi o habitual à época de 8 entre 10 brasileiros: a F-3 inglesa, pelo time de Kimi Räikkönen e seu manager, Steve Robertson, mas as deficiências do equipamento e a necessidade de ajudar nos negócios da família acabaram decretando o fim do sonho da carreira europeia. Por três anos, o desafio foi o Trofeo Linea, disputado com os sedãs fabricados pela Fiat em um evento organizado por Felipe Massa, com direito a uma vitória.

Uma história interrompida de forma trágica com a queda do avião que tirou a vida do pai, em 2012, próximo a Angra dos Reis. Não bastasse a perda, foi necessário se dedicar de corpo e alma na administração do grupo Minasmáquinas (hoje Bamaq).

Mas uma vez contaminado pelo bichinho da velocidade, seria difícil resistir a um retorno. Que começou esse ano pela origem, novamente em parceria com Mourão e na disputa das principais competições do kart mineiro, além da Copa Brasil, encerrada com um terceiro lugar na Sênior A. Os motores mudaram, as velocidades aumentaram em relação aos velhos tempos, mas o talento das ultrapassagens ‘sob medida’ em locais que parecem impossíveis resistiu ao tempo.

Na Copa Brasil, Clemente ficou com a terceira posição na Sênior A

“Foram seis anos longe, mas sentia falta desse ambiente. Agora é um hobby, sério mas um hobby. Não dá para deixar em segundo plano os compromissos de trabalho, então tenho que me programar com muita antecedência para os campeonatos que consigo disputar, mas é bom voltar a acelerar e ver que ainda sou competitivo. Estou na pista para tentar vencer, como sempre”, destaca o piloto, hoje com 31 anos.

 

 

 

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