Personagem: Nicolas Costa. Carioca tem chance merecida no Japão

Quatro títulos de destaque – o da Fórmula Futuro (2010), no Brasil; o Italiano e o Europeu de F-Abarth (2012) e o Italiano de GT (classe Cup) de 2016 – mas apenas seis corridas nos últimos dois anos. Nem mesmo o fato de ter sido escolhido piloto do programa de desenvolvimento da Lamborghini solucionou um problema crônico para um piloto de muito talento e origem nada abastada: a falta de apoio e oportunidades. Com experiências de sucesso na Europa (GT Open, Super Trofeo) e no Japão, o carioca Nicolas Costa fez sua reputação nos monopostos e carros de Grã-Turismo, mas esbarrava nos interesses das equipes e da própria fabricante italiana de superesportivos, limitando as possibilidades de ir à pista.

E se o capacete e o macacão sempre estiveram prontos, à espera de uma chamada, a solução para pagar as contas vinha sendo atuar como instrutor de pilotagem nos Estados Unidos, o que, ao menos o manteve em ação.

A chance tão esperada veio de forma surpreendente e com um pacote mais do que interessante: convidado pela equipe japonesa B-Max, do empresário e piloto Ryuji ‘Dragon’ Kumita, ele tripulará uma Ferrari 488 GT3 na Super Taikyu Series, campeonato de endurance que reúne carros de GT3 e GT4, turismo e modelos desenvolvidos especialmente na terra do Sol Nascente, em sua 27ª edição. Seus companheiros serão ninguém menos do que Harrison Newey (filho de Adrian e confirmado na Super Formula) e o japonês Tairoku Yamaguchi, na classe ST-X (GT3). A temporada começa no próximo dia 31, em Suzuka, conta com uma prova de 24h em Fuji e dará, ao carioca, a chance de disputar ainda as 10h de Suzuka, etapa japonesa do Intercontinental GT Challenge, contra os times com suporte direto de Audi, Porsche, Bentley, Mercedes-AMG, BMW, Lamborghini, Nissan e Honda.

“Tudo aconteceu muito rápido e tive de correr para agilizar documentação, ajustar meu calendário, vou ficar na ponte aérea entre Yokohama e os EUA, mas não sou de fugir do desafio. Desde que comecei nos monopostos nunca entrei numa corrida com a certeza de que faria as próximas, sempre foi batalhado e estou mais do que acostumado. Mas tem tudo para ser uma experiência muito boa, ainda mais com a chance de voltar ao Japão, onde não pude mostrar do que era capaz devido ao equipamento da época na F-4. Fiz dois testes rápidos com a 488, um na Itália e outro no Japão e já quando desceu do caminhão o carro se mostrou bastante competitivo, mais até do que o Huracán. Lógico que há o BOP, e tudo mais, mas as pessoas costumam se lembrar de você no automobilismo pela sua última corrida e eu quero mostrar novamente meu cartão de visitas”, conta o piloto de 27 anos.

Ele não esconde a gratidão para com o hoje manager e amigo Vincenzo Sospiri, ex-piloto italiano dono de um time que compete em vários campeonatos. “Não fosse ele eu não teria tido oportunidade de ser campeão na Itália, e de ganhar essa chance agora. Está aí alguém que felizmente sempre acreditou em mim”.

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